segunda-feira, 23 de março de 2009

Mal de Parkinson

Acompanhe abaixo notícias divulgadas à respeito de possível cura para o Mal de Parkinson:


Divulgação Científica


Esperança restaurada

20/3/2009

Agência FAPESP – Um nova esperança para quem tem doença de Parkinson acaba de ser aberta com o anúncio de um tratamento eficiente e menos invasivo para o problema para o qual ainda não se descobriu cura. A novidade é resultado de um trabalho de pesquisa desenvolvido nos Estados Unidos por um grupo de pesquisadores coordenados pelo brasileiro Miguel Nicolelis, na Universidade Duke.

Trata-se da primeira terapia potencial para a doença a ter como alvo não o cérebro, mas a medula espinhal, a parte do sistema nervoso central contida na coluna vertebral. A descrição do método está em artigo destacado na capa da edição desta sexta-feira (20/3) da revista Science.

Os pesquisadores desenvolveram uma prótese para estimular eletricamente o principal condutor de informações táteis para o cérebro. O dispositivo foi conectado à superfície da medula espinhal em camundongos e em ratos com baixos níveis de dopamina, mediador químico indispensável para a atividade normal do cérebro.

O objetivo foi representar em modelos animais as características biológicas de indivíduos com Parkinson, incluindo a grave perda de habilidades motoras verificada em estágios avançados da doença.

Ao ligar o dispositivo protético, os animais tiveram grande melhoria nos movimentos, passando a adotar comportamentos de exemplares saudáveis. Segundo os cientistas, a melhoria foi observada em média apenas 3 segundos após o estímulo.

“Observamos uma mudança imediata e dramática na capacidade funcional do animal que tem sua medula espinhal estimulada pelo dispositivo. Além disso, trata-se de uma alternativa simples e significativamente menos invasiva do que as tradicionais, como a estimulação cerebral profunda, que tem potencial para uso amplo em conjunto com medicamentos tipicamente usados no tratamento da doença de Parkinson”, explicou Nicolelis.

Foram testados camundongos e ratos com déficit agudo e crônico de dopamina por meio de níveis variados de estimulação elétrica. Os estímulos foram usados em combinação com doses diferentes de terapia de substituição de dopamina (3,4 dihidroxifenilalanina ou L-dopa) para determinar os conjuntos mais eficazes.

Quando a prótese foi usada junto com o medicamento, apenas duas doses de L-dopa foram suficientes para produzir movimentos comparados com as cinco doses necessárias quando o medicamento é usado sozinho.

Enquanto a estimulação cerebral profunda – que envolve cirurgia para implantação de eletrodos – e outros tratamentos experimentais atacam a doença em sua origem, ou seja, no cérebro, Nicolelis e equipe escolheram uma abordagem diferente.

A ideia da estimulação elétrica surgiu quando os cientistas fizeram uma relação surpreendente com outra condição neurológica. “Foi um momento de súbita iluminação. Estávamos analisando a atividade cerebral de camundongos com Parkinson e, de repente, me lembrei de uma pesquisa que fiz sobre epilepsia uma década antes. A partir dali, as idéias começaram a fluir”, disse Nicolelis.

A atividade cerebral em animais com Parkinson se assemelha a episódios leves, contínuos e de baixa frequência observados em exemplares com epilepsia. Uma terapia eficaz para tratar epilepsia envolve a estimulação de nervos periféricos, o que facilita a comunicação entre a medula espinhal e o corpo. O cientista e seu grupo partiram desse conceito para desenvolver a abordagem voltada à doença de Parkinson.

Segundo Nicolelis, os episódios de baixa frequência, ou oscilações, vistos em modelos animais de Parkinson também já foram observados em humanos com a mesma condição. Estimular a porção dorsal da medula espinhal reduz tais oscilações.

“Nosso dispositivo atua junto ao cérebro de modo a produzir um estado neurológico favorável para a locomoção, facilitando a recuperação imediata e notável dos movimentos”, disse Per Petersson, outro autor do estudo.

Estudos clínicos
Os cientistas apontam que, se a prótese se mostrar segura e eficiente na continuação da pesquisa, poderá ser usada como ponto de partida para o desenvolvimento futuro de dispositivos para implante na medula espinhal humana. Esses dispositivos produziriam pequenas correntes elétricas e seriam alimentados por baterias inicialmente carregadas e, posteriormente, inseridas no próprio corpo.

“Se pudermos demonstrar que o dispositivo é seguro e eficiente a longo prazo em primatas e, depois, em humanos, virtualmente todos os pacientes [de Parkinson] poderão receber tal tratamento no futuro próximo”, disse Nicolelis.

O grupo de Duke está trabalhando com neurocientistas do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS) para testar o método em primatas, antes que estudos clínicos em humanos possam ser iniciados.

Cientistas do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, também participarão para auxiliar a aplicar os resultados em prática clínica.

Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo, em 1984, Nicolelis fez em seguida doutorado na mesma instituição, com bolsa da FAPESP. Em 1992 concluiu pós-doutoramento na Universidade Hahnemann, nos Estados Unidos.

Nicolelis é professor titular do Departamento de Neurobiologia e co-diretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke, professor do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne e fundador do IINN-ELS.

O artigo Spinal cord stimulation restores locomotion in animal models of Parkinson’s disease, de Miguel Nicolelis e outros, pode ser lido por assinantes da Science em
www.sciencemag.org.

FOLHA DE SÃO PAULO


Estímulo elétrico cura mal de Parkinson em roedores


Técnica criada por cientista brasileiro pode ser testada em humanos já em 2010

Método, que consiste em implantar um eletrodo na medula espinhal, será antes aplicado em macacos num experimento em Natal (RN) RAFAEL GARCIADA REPORTAGEM LOCAL Uma técnica para tratar os sintomas do mal de Parkinson com suaves impulsos elétricos na medula espinhal teve sucesso num experimento com camundongos e poderá ser testada em humanos já em 2010. O método, descrito hoje em estudo no periódico "Science", foi ideia do neurocientista paulista Miguel Nicolelis, da Universidade Duke, da Carolina do Norte (EUA). É a segunda vez na história que o trabalho de um brasileiro é destaque de capa da publicação centenária.

A técnica, idealizada por Nicolelis e desenvolvida pelo chileno Romulo Fuentes, consiste em conectar um pequeno eletrodo -uma lâmina de metal- na coluna dos animais e ligá-lo a uma bateria que dispara impulsos elétricos com uma frequência controlada. Nos roedores, a estratégia conseguiu reverter os sintomas de Parkinson, doença degenerativa que afeta a habilidade motora das pessoas e causa tremores.

Como a aplicação de eletrodos na medula já se provou segura para tratamento de dor crônica em humanos, o uso da técnica contra Parkinson pode sair da fase experimental para a clínica mais rápido. E, a partir de agora, as pesquisas provavelmente serão feitas no Brasil.

A primeira instituição a dar continuidade à técnica será o Instituto Internacional de Neurociências de Natal, que Nicolelis ajudou a fundar e acaba de contratar Fuentes.

"Nossa perspectiva é fazer o teste em quatro a seis macacos neste ano e, se os resultados forem iguais aos de camundongos, já partir para os primeiros estudos clínicos [em humanos]", disse Nicolelis à Folha. "O equipamento que será usado futuramente é totalmente implantável.

Esses estimuladores têm sido usados há anos na tentativa de tratar dores crônicas, e a tecnologia já está desenvolvida. É só questão de usar a frequência correta, a corrente correta e o padrão de estimulação para Parkinson."A nova técnica tem o potencial de substituir a chamada estimulação cerebral profunda, procedimento que hoje costuma ser o último recurso para pacientes em estágio avançado da doença.

A técnica é um procedimento muito invasivo.

"Você tem de entrar dez centímetros no cérebro e existe 5% de risco de sangramento que pode ser fatal", explica Nicolelis. "Além disso, só 25% a 30% dos pacientes que estão em estado avançado conseguem suportar essa cirurgia". O novo mecanismo é de aplicação mais simples do que um marca-passo cardíaco, diz o cientista.

Conexão epilepsia

Segundo o cientista brasileiro, a ideia de usar essa técnica veio de estudos que ele mesmo realizara sobre epilepsia.

"Há dois anos, nós começamos a registrar a atividade do cérebro de animais parkinsonianos, e eu percebi que ela era virtualmente idêntica a das crises epilépticas que nós tínhamos estudado dez anos atrás", conta. Encontrando um ponto correto para aplicar os impulsos elétricos na coluna dos animais, o grupo de pesquisadores conseguiu amenizar os sintomas da doença, assim como havia feito com a epilepsia.

Os pesquisadores explicam que, apesar de as duas doenças não terem uma origem comum, parte dos circuitos nervosos que elas afetam é o mesmo, por isso há uma afinidade entre os mecanismos delas. Nicolelis explica que por trás do mal de Parkinson há um fenômeno em que os neurônios do sistema motor entram todos em sincronia, disparando ao mesmo tempo.

"Todos os músculos tentam se contrair ao mesmo tempo, e o resultado final disso é que você não consegue fazer nada."

Dose reduzida

Outra vantagem do novo tratamento, diz Nicolelis, é que ele permite prolongar a eficácia da L-dopa, a droga usada para barrar os sintomas da doença nos estágios iniciais. O grande problema da L-dopa é que ela perde a eficácia à medida que o paciente a ingere. Mas, quando foi usada em conjunto com a estimulação elétrica da medula, melhorou ainda mais o estado dos roedores, mesmo com a dose da droga reduzida em 80%.

O que a L-dopa faz é recuperar o nível cerebral de dopamina, molécula transmissora de impulsos nervosos que nos parkinsonianos é escassa, diz Nicolelis, entusiasmado com a aceitação da pesquisa. "A capa da "Science" é o pináculo de qualquer publicação que um cientista pode ter."

sexta-feira, 20 de março de 2009

Nossa campanha na mídia

Confira a matéria realizada pelo Vila Mulher, referente à nossa campanha de conscientização sobre a dor oncológica.




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segunda-feira, 16 de março de 2009

A cada 5°C, risco de enxaqueca sobe 7,5%

As altas temperaturas dos últimos dias do verão podem ter incomodado a cabeça de muita gente, não só pelo calor. Um estudo mostrou que o risco de incidência de enxaqueca é maior nos dias quentes. Para cada 5°C a mais na temperatura do ar, a probabilidade de ser vítima da dor sobe 7,5%.

A constatação foi de pesquisadores do Centro Médico Beth Israel Deaconess, em Boston, nos Estados Unidos, que analisaram mais de 7 mil casos entre maio de 2000 e dezembro de 2007.

A solução para a incômoda dor de cabeça pode não estar em comprimidos, mas na ponta da agulha. Uma pesquisa da Universidade Duke, nos Estados Unidos, demonstrou que a acupuntura traz melhores resultados no combate ao mal que aflige milhões de brasileiros.

O levantamento americano compilou 32 estudos, cruzando informações sobre 4 mil pacientes que sofriam de enxaqueca, cefaleia tensional e outras formas de dor de cabeça crônica. O estudo indicou relatos de melhora de 62% dos pacientes que passaram por cinco a seis sessões de acupuntura. Dos que foram tratados com medicamentos, o índice foi de 45%.

A pesquisa analisou se houve efeito placebo, com a aplicação de agulhas em pontos não terapêuticos. Nessa verificação, o índice de melhora dos pacientes submetidos às "agulhadas verdadeiras" foi de 53%. Entre os que passaram pela "falsa" acupuntura, a taxa foi de 45%.

"A acupuntura está se tornando uma opção favorável para uma variedade de propósitos, que vão desde melhorar a fertilidade à redução da dor pós-operatória, porque as pessoas experimentam significativamente menos efeitos colaterais e ela pode ser uma opção menos cara do que as outras", disse o pesquisador Tong Joo Gan, líder do estudo.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Centro de Dor na mídia

Confira a matéria sobre dores crônicas, publicada este mês pela revista Woman’s Health, na qual participaram o Coordenador do Centro de Dor, dr. Claudio Corrêa e também a psicóloga dra. Dirce Perissinotti.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Palestra sobre dores do câncer


Hoje, 6/3, ao meio-dia, o Centro de Dor e Neuro-oncologia do Hospital 9 de Julho abriu oficialmente a Campanha Viva Sem Dor, com a palestra “Panorama da dor do câncer e seus principais tratamentos”, ministrada pelo coordenador do Serviço, Dr. Cláudio Fernandes Corrêa.

Na ocasião, dr. Cláudio apresentou estatísticas de acometimento da doença e da prevalência da dor em seus portadores, assim como as principais vias de tratamento disponíveis, entre métodos convencionais e intervencionistas. A platéia o momento para tirar duvidas a respeito do tema.

Estiveram presentes cerca de 50 pessoas, entre pacientes, familiares e profissionais da área de saúde, que aproveitaram o momento para tirar duvidas. Ao final do evento, todos receberam o kit da campanha, composto de camiseta, folder e uma imã/lembrete de geladeira.

O conteúdo da palestra já está disponível no hot site
www.centrodedor.com.br/hotsite.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Panorama da Dor do Câncer

Segundo levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde), 10 milhões de pessoas no mundo inteiro são diagnosticadas com algum tipo de câncer anualmente.

Dos adultos em tratamento de câncer, 2/3 representam estágio de malignidade avançada, com experiência de dor. Em crianças, o quadro é similar.

Mesmo após a cura da doença, entre 15% a 25%% dos pacientes desenvolvem quadro de dor crônica causados pelo próprio tratamento oncológico, tais como quimioterapia, radioterapia ou procedimentos cirúrgicos, que afetam o sistema neuropático ou musculoesquelético.

Buscar melhorar a qualidade de vida é essencial para o tratamento do paciente oncológico, em que aspectos físicos e emocionais da doença costumam debilitar consideravelmente. Assim, dispor das diversas alternativas terapêuticas para tratar a dor é um direito do paciente.

Estes e outros aspectos da dor oncológica e as vias de tratamento serão abordados na palestra de abertura da campanha Viva Sem Dor, ministrada pelo Dr. Cláudio Fernandes Corrêa, coordenador do Centro de Dor e Neuro-oncologia do Hospital 9 de Julho. A palestra gratuita acontecerá na próxima sexta-feira (6/3), às 12 horas, no Anfiteatro do Hospital 9 de Julho (Rua Peixoto Gomide, 613 – 8 andar – Ala D).
Inscrições pelo telefone: 11 3147-9881.